quinta-feira, 24 de maio de 2007

Corro Buda, corro Peste....

...sempre a Rock'n'Rollar! Era assim que rezava a musica dos MaoMorta.

E de facto, este fds foi passado na capital da Hungria. Aproveitando um feriado e uma ponte, coisa rara na terra das socas, eu e o Vaz rumamos a Budapeste.

A cidade e de facto brutal, cortada a meio pelo Danubio (mais verde que azul), com uma estrutura muito parecida com Praga. Buda, o lado ocidental e aristocratico, e onde esta o castelo, palacios, museus, sobre uma colina. Peste, o lado oriental, e onde se concentra o aglomerado urbano, numa zona quase plana. Em pleno Danubio, esta a ilha Margarida, que na pratica e um grande parque, com alguns pontos de diversao nocturna, esplanadas e hoteis pequeninos.

O estilo de Budapeste nao difere muito das cidades do Leste. Em particular, esta cidade pareceu-me congelada antes da 2a guerra mundial, pelo que esta quase toda em estilo Arte Nova e Arte Deco, que eu adoro. Nao da bem para diferenciar os dois estilos aqui, segundo o guia, porque os hungaros aderiram a uma corrente progressista da Arte Nova vinda da Austria, que a tornou muito parecida com a ArteDeco. Quase que um estilo proprio, proveniente de uma fusao. Para quem gosta de apreciar este tipo de arquitectura recomendo. Para quem nao gosta, recomendo tambem. :-) Afinal, Budapeste tem tanto de monumental que e dificil nao gostar.

O povo hungaro nao e hungaro, e Magiar. 'Nao quero massa, quero estrelinha' como diria o outro. Mas tudo naquele terra e Magyar, que e o nome da tribo oriental que colonizou aquela regiao. Segundo o meu grande amigo de viagens LonelyPlanet, 90% da populacao hungara e de facto etnicamente magiar. Caracteristica especial: a lingua. O hungaro nao tem NADA a ver com as outras linguas da regiao. Escrevem com o alfabeto latino, com acentos nas vogais como nos, mas pertencem ao ramo das linguas fino-hungricas. Primos afastados dos finlandeses, nota-se na escrita a ausencia de palavras curtas, porque eles colocam tudo nas terminacoes dos substantivos. Ou seja, nao se percebe carapau. Nickles. Neribi. Frustante.... Mas depois de 9 meses de Holanda ja me devia comecar a habituar a tal coisa.

Eu e o meu wingman, Pedro Vaz de Caminha, fizemos jus ao seu nome, e muito caminhamos. Visitamos tudo a penantes. Nao andamos nem de metro nem de To Carro, e segundo o GPS (esse amigo de todas as horas) chegamos a andar mais de 20kms num dia. Ainda tenho os pes a deitar fumo, mas assim ve-se muito mais o ambiente e a vivencia das cidades novas. Tivemos sorte com o tempo: nao choveu, nao tava nem muito calor, nem muito frio. Comemos muitas vezes em esplanadas, e a noite dava para ir sair so de camisola. O Vaz delirou com o servico e o nivel da restauracao por aquelas bandas. Era de facto muito bom. Quem viu a Europa de Leste e quem a ve agora! Claro que entretanto os precos tambem dispararam e ficaram muito parecidos com os nossos. Mas que aquilo esta com nivel, isso esta; nao sobram duvidas.

O mesmo se aplica a vida nocturna daquela cidade. Ja toda a gente ouviu falar nas miudas de Praga e de Budapeste. Confirma-se: elas sao muito giras. Seja na rua, seja num bar, a media poe qualquer portugues de boca aberta. Os espacos estao ao nivel de qualquer capital europeia, e com muito boa onda. E as bebidas sao baratas.
Numa das noites, dei comigo num spot que mais parecia uma festa da FashionTV, mesmo nao estando na zona. Ca fora, um montao de carros que fazia aquilo parecer um salao automovel. Mesmo a porta, um Lamborghini Murcielago descapotavel. Os DJs hungaros mereciam ser todos enviados para o Gulag.... falam entre as musicas, cantam por cima da musica, e fazem passagens dignas de um DJ da cassette pirata! Mas o resto compensa.
...mas em relacao ao resto....."whatever happens in Budapest, stays in Budapest!"