quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Fds no Praguistão

Como o caro leitor mais curioso já terá concerteza descoberto, o Hradcany é o castelo de Praga. No último fim-de-semana, 4 tugas renegados rumaram à capital da republica checa. Eu incluido. Tecnologia militar, dutch-style: entrada aérea no ultimo vôo da noite de sexta, e retirada estratégica no primeiro voo da manhã de Segunda. Ponto de aterragem, Hostal Aldivia, carinhosamente por mim apelidado de Hotel Endivia.
A equipa já trata o aeroporto de Schiphol por tu, mas desta vez tivemos de sair pelo terminal ao lado, para fora do espaço Schengen. Já faz muito tempo que não tinha um polícia mau a olhar para o meu BI durante 1 minuto a ver se pertenço à Al-Qaeda. Como este terminal serve bastante mais destinos longinquos que o habitual, as lojas são também maiores. Grandes, mas meeeeeeesmo mesmo mesmo grandes, e os preços, mais baratos. Na porta de embarque, o resto da equipa estranhou a força com que eu faço disparar os detectores de metais, prontamente seguido de uma minuciosa revista manual. A Tânia, o elemento que fala português colorido (se a chamarem de brasileira, têm a vida a prémio, estão avisados), ficou surpreendida com a eficácia dos agentes que revistam os maltrapilhos tipo eu: “Ai korror, eles tocam mesmo!” Todos nós sabemos que qualquer homem saudável anda com uma arma carregada por debaixo da breguilha, mas no caso concreto eles so querem saber se por acaso não traz também um brinde tipo explosivo. Eu já estou habituado, depois das vezes que passei em Frankfurt, e na semana passada foi a vez da Mafalda ficar surpreendida com o tipo de revista que me fizeram; quem vir a naturalidade com que encaro a situação deve julgar que eu gosto de ser apalpado dos pés à cabeça por um gajo mal-encarado e com luvas de borracha. Ainda estão eles a perguntar se podem revistar já estou eu de braços atrás da cabeça e de pés separados…
O avião era da Czech Airlines, um boeing recente, com uma tripulação que ficava aquém das expectativas que se geram quando vamos ter hospedeiras checas pela frente. Uns belos cabides, e uma delas com nariz de abre latas. E a chefe de cabine tinha idade para ser minha avó. Num vôo de 1h10m, tivemos direito À bela da sandocha de salpicão, e já não foi nada mau. Cafézinho com chocolatinho, e tamos a aterrar. Depois do que tinha acontecido na Segunda-feira passada, esta foi veludo. Sair do avião: um briol de caramelizar. O avião ficou num stand de manga, mas saimos para o Tó Carro, por alguma razão que me escapou. No terminal, salamaleques a que já não estou habituado: trocar dinheiro! É nestas alturas que me apetece dar um beijinho ao caramelo que inventou o Euro; como seria de esperar, ao trocar a guita no aeroporto fomos roubados À grande e à francesa – checa neste caso- e a coroa checa que deveria ter um cambio de 27,5, ficou-nos a 25. Mas pronto, soma e segue. Lá fora deveria tar um taxista com um poster com o meu nome escarrapachado: não tava. O Miguel aproveitou para ir ver se multibanco lá do sítio pingava alguma coisa, e de facto, pingou. Quando voltamos, estava de facto um gajo à nossa espera. Lá o seguimos, tentando falar inglês com ele…. Inglês não falava. Mas alemão, a lingua estrangeira da zona, era sempre a abrir. Lá tive eu a fazer conversa da treta em teutónico enferrujado. Temperatura: zero graus. Distância à cidade: meia-hora. Quando chegámos ao spot, ele mostrou o papel, onde dizia 750CZK. Dei-lhe 750, e ele devolveu-me 200. Acho que sim, gosto deste pais… Andamos 20 metros, e ele veio a correr atrás de nós a dizer que se tinha enganado. Eu bem tinha dito, mas ele não acreditou…. E chegamos ao Hotel Endivia. Que mais valia chamar-se Repolho. Literalmente um buraco ao lado de uma casa de strip. Que era mau, já nós suspeitavamos. Depois de uma conversa lirica com a senhora da recepção, lá fomos nós para o quarto. Tinhamos encomendado um quarto de 4 camas com WC privado. Estavam lá 6. Ao ver a casa de banho, ou pelo menos aquilo que servia como tal, descobrimos que a 2ª porta dava para o hall….e abria! Bom, mas dava para trancar. A Tânia ainda conseguiu descobrir que estavam bocados de tecto….no chão. As camas eram duras como a pedra, e os lencois em versão reduzida. Mas ao menos estavam limpos. Depois do choque inicial, foi escolher as camas, e sair para jantar. O Hotel Endivia fica muito perto do centro turistico de Praga, o relógio astrologico, pelo que até chegarmos a qualquer sítio de jeito, já tinhamos passado por 4 sitios referenciados no guia turistico. Era tarde, e embora a maior parte dos restaurantes ainda tivesse gente, a cozinha já estava encerrada. Comecei a reconhecer sitios onde tinha estado 5 anos antes. Solução: as tavarnas, vulgo pubs, onde dá para trincar umas coisas. Lá encontrámos um, perdido numa viela, com aspecto de antro de estudantes Erasmus. A senhora falava checo e um inglês muito, mas muito, manhoso. Perguntei de onde ela era, e afinal era da Georgia. Pois, o meu russo ainda não se encontra na melhor forma para encomendar paparoca. Numeros e cores ainda la vai, mas pedir um bife com batatas fritas ainda não se encontra no meu kit de cirilico. Lá fomos encomendando paparoca aos apalpoes, e apanhamos umas panquecas com sabor a tosta mista que mereceram aplausos por unanimidade e aclamação e tiveram direito a bis. Uns bolinhos recheados de carne que tinha um aspecto deploravel de comida japonesa mostraram que afinal o aspecto não é tudo. Para terminar, um café….que estragou tudo. De facto, estes tipos não dominam a arte do café, Kava no linguajar local. Entretanto a Ana Chucha foi à casa de banho, e veio um pouco… como dizer… alterada. Estava com umas tonalidades entre o malva avermelhado e roxo esbranquiçado. Tinha tido um encontro imediato do 3º grau com um roedor no cubiculo da casa de banho. Pela descrição, depois de fechar a porta do cubiculo reparou que estava uma ratazana a querer sair (pela noção de tamanhos da Ana, o dito cujo deveria ter cerca de 4cms de comprimentos quando se espreguiçava) e ela tentou abrir a porta ao pontapé. Coisa esperta, tentar abrir assim uma porta que se acabou de trancar. Se fosse eu, seria um hooligan destruidor da propriedade alheia; como era uma ana, tratava-se de uma donzela em apuros. Mundo Cruel. Depois de vir até e de nos descrever a cena, onde tivemos a ocasião de lhe explicar que não se devia entrar numa casa de banho já ocupada, fomos arejar. Cá fora, estava a nevar, ao de leve. E seguimos em direcção à Ponte do Carlinhos (Karlov Most no original) onde se encontra facilmente actividade nocturna.
Não demoramos muito tempo e deparamos com uma das discotecas que vinha referencia na nossa prévia pesquisa de locais de decadência nocturna: esta era a maior discoteca da Europa Central. E entramos. 5 pisos, uma entrada de 5 euros, caipirinhas a 3 euros, e vestiário à pala. Condiçoes que metem 90% dos sitios onde já estive num chinelo. Cada um dos pisos tem o seu estilode musica, e há para todos os gostos. A que estava a abarrotar era o piso dos Oldies, onde se concentravam nativos e estrangeiros. Eu e o Miguel percebemos rapidamente que aquilo era mais um aeroporto que uma discoteca; os aviões passavam a um ritmo alucinante. Já os gajos, segundo as nossas colegas de viagem, não são nada de jeito. Mas também deu para perceber que aquilo começa a ficar cheio de ingleses arruaceiros, que estragam o ambiente com grande facilidade. Como o dia tinha sido longo, e com uma viagem em cima do pêlo, metemos os calcantes a caminho do hotel. Tudo a pé, claro. E demos ao serrote desalmadamente até de manhã.

Praha - Day 1

Acordar, tomar banho, dizer mal do hotel e sair para pequeno-almoço. O Repolho fica na Melantrichova, e na direcção oposta à do centro fica uma feirinha muito na onda dos mercados de natal dos alemães. Claro que as raparigas demoraram meiahora a fazer os 100 metros de bugigangas, e depois descobrimos um café com grande aspecto que servia paparoca. Pequeno-almoço? Ao meio-dia já estava fechado para balanço. Fizemos um brunch com capuccino, crepe de espinafres, baguettes de salpicao, sumo de laranja natural, bolo de framboesa, e tudo o mais que nos passou pela telha. E pelo buxo. Durante a paparoca, deu para perceber que aquilo à noite virava discoteca. Respostas as calorias, toca de sirandar pela cidade. As eternas discussões de e para onde é que se vai a seguir. Como já conhecia Praga, deixei que os meus colegas de viagem decidissem o que se lhes aprouvesse. Por mim, sei que Praga-centro é bonita e tem coisas para ver em qualquer direcção e em qualquer sítio. Falhar? Impossivel. Perdermo-nos foi de facto a palavra de ordem naquele dia, e varremos os pontos interessantes da cidade sem saber ler nem escrever. A praça central, o museum nacional, o edificio dançante do Frank O. Gehry, e finalmente a Ponte do Carlinhos, ponto alto de Praga. Desta vez consegui ver o Santo Antonio: da outra vez, o maroto teve vergonha de mim, e escondeu-se atrás de um tapume a dizer que estava em restauração.Reles! E depois ainda dizem que os portugueses se ajudam no estrangeiro!
Depois da ponte, tempo para um cafézinho como deve ser –italiano, portanto- e toca a subir para Hradcany. Às 4 da tarde, começa a noite a cair. Em caminho, vi um museu da Farmácia, que diz questão de visitar enquanto os meus compagnos de route viam as t-shirts nas lojas em volta. Comparados com outras coisas parecidaa que já vi em museus da farmácia, este era um lixo. Por exemplo, no de Heidelberg encontrei um supositório de 20 cms. Só não percebi o que é que aquilo era suposto curar…
No Hradcany propriamente dito, foi sessão fotográfica. Embora já lá tivesse estado, a noite dá um outro ambiente ao castelo. Iluminado e perfeitamente visitável, ainda tivemos a ocasiao de assistir ao render da guarda para o turno da noite. Pouco profissionais, os guardas que trocaram miudos quando se cruzaram. O comandante da guarda topou, e depois da cerimónia foi la mandar-lhes um raspanete dos grandes. A catedral de S.Vito, dentro do castelo é –em qualquer parte do mundo- imponente, e iluminada ganha uma outra dimensão. Seguindo o Hradcany, mais umas quantas igrejas e monumentos, não fomos ao lado que encena a vida medieval, e descemos pelo outro lado do castelo. Regresso a casa, meter os ossos no sitio e dormir uma soneca. Pelo GPS, só do Hradcany a casa tinham sido 4 kms.
Soneca tirada, e trajes de noite envergados, fomos à caça de jantar. Local: praça do relogio astrologico, restaurante tipico. Tava na hora de comer as famosas bolas de sabe-se-lá-o-quê tipo puré, goulash, e o resto da tralha deles. Saimos do restaurante decorado à la cervejaria medieval a rebolar. Passear por praga à noite é de facto divinal, não importa o frio. Imperam os monumentos em pedra negra, decorados com vários estilos, e finalmente iluminados como deve ser. Se tiver um ligeiro nevoeiro, um gajo precisa de fraldas, mas aí é que Praga ganha todo o seu esplendor e aquela patine dos filmes de terror do século passado. Ruas estreitas alternam com amplas praças, e monumentos góticos colocam-se ao lado de edificios Arte Deco. E Praga respira de vida durante a noite; as lojas fecham tarde, e as pessoas – turistas e nativos vêm pra rua. Esplandas não faltam, apesar do frio.
Hora de encontrar novo antro de diversão nocturna; seguindo a dica do irmão da Ana, rumámos ao Duplex. Entrada bastante mais cara, e os rapazes pagavam o triplo das raparigas: 300czk para eles, e 100czk para elas. Lá dentro, ao mais puro estilo Stefan Braun (ver Aventuras em Belgrado) um elevador levanos directamente à Penthouse, onde se tem uma vista sobre a cidade. Mas quando se está num aeroporto cheio de concordes, quem é que consegue olhar para os edificios do outro lado da rua? Acho que uma imagem vale mais que mil palavras, e vou deixar o leitor ver por si próprio qual o conteudo da Duplex. Por mim, já tenho consulta marcada no oftalmologista, porque sai de lá com os olhos tortos…
Por razoes já antes explicadas, as raparigas bateram em retirada bem antes de nós. A alternância de DJs era compativel com os torcicolos que iamos ganhando. Ao mais puro estilo encavacado do portuga das berças ficamos impassiveis no nosso canto, a ver a acção acontecer diante dos nossos olhos. Tivessemos um quebra-gelos na equipa, e o jogo seria diferente. A custo, conseguimos meter conversa com uma…espanhola. Bem simpatica por sinal, mas tira um pouco o sentido da coisa, não é. Tou a ver que isto requer é prática. E afinal, Praga faz juz ao seu nome. Ainda antes de sairmos descobrimos uns portugas que estavam lá estacionados em Erasmus, facilmente reconheciveis pela t-shirt da Semente que envergavam. Como em qualquer lado do mundo, quem varre sempre as pistas de dança no final da noite são os portugueses, espanhois e italianos. Latin-power! Aqui não é excepção, e pelos vistos vai continuar a ser por muito tempo. Ensopados até ao osso de tanto pular, ainda houve tempo para uma salsicha na roulotte sem rodas ali da esquina, e depois rumámos ao Hotel Endivia. Cama dura? Um mimo!


Praha – day 2

Depois da noitada, dormimos o sono dos justos. Claro que de manha as raparigas estavam de pe, frescas que nem uma alface, e nos todos podres. Normal. Elas iam tomar o pequeno-almoco, enquanto repunhamos o stock de roncos. Eu la consegui abrir uma pestana, e como tinha ficado com os crepes do dia anterior debaixo de olho, vesti-me em 3 tempos e arrastei-me porta fora com elas. No spot, o Vertigo, a mesma empregada do dia anterior la nos trouxe os almejados pequenos-almocos. De facto, Praga tem muitas coisas boas, mas pao nao e uma delas. Nem a imitacao de baguette e uma boa imitacao. Repostas as calorias, tudo fotografado pela Tania, voltamos ao quarto. O plano de ataque era as meninas irem a caca de bugigangas, enquanto eu fazia companhia ao Miguel no campeonato praguense de roncos. Quando la chegamos, ele ja tinha tomado banho, e foi as compras com elas. Afinal, foi uma mudanca de turno. Compras de bugigangas nao e pra mim de facto. Ainda para mais, as bugigangas de Praga tendem a ser todas iguais, ao longo de toda a cidade. No regresso do grupo das compras, elas largaram as tralhas, e retomamos o modo turista. E la fomos nos cirandar pela cidade.

Objectivo: bairro Judeu. Quem lesse o guia turistico e nao conhecesse Praga, diria que o bairro ficava a milhas de tudo o que era civilizacao. Na pratica....fica a 500m do Relogio Astrologico. Ao contrario do habitual, pagamos um bilhete que nos custou o cu e tres tostoes, para ver 2 sinagogas, e um museu. Cenas fixes, pena nao lermos hebreu. Em particular um “manual para jovens judias educadas na Alemanha”, do principio do seculo, que tinha uma pagina em alemao, e a do lado com a traducao em hebreu. Candelabros de 9 bracos, e nao 7, como seria de esperar. E uma explicacao do calendario Judeu, que afina pela luas, e cada X anos, tem um mes extra para ficar equilibrado com o nosso. Sistema curioso. No museu, nao podia faltar os objectos e as alusoes ao Holocausto, e sao de facto de arrepiar. Ai estava uma coisa que de facto e uma raridade: o simbolo da Policia Judia. Eram os judeus que se passaram para o lado dos alemaes quando os guetos foram criados, e que faziam o controlo dos seus, em troco de umas poucas regalias. Para terminar “em beleza”, esta a exposicao dos desenhos das criancas judias que estiveram nos campos de concentracao.
O ponto alto do Bairro Judeu de Praga (Josefov, para os amigos) e o Cemiterio Judeu, que esteve em funcionamento durante seculos ate aos anos 80. E, no entanto, nao e maior do que o quintal de uma vivenda de um qualquer politico portugues. Na entrada, esta a Velha Sinagoga, onde se encontram pintados nas paredes todos os nomes daqueles que ali foram enterrados. Junto ao altar, nao sei se sera o nome tecnico daquilo, estao escritos de cada lado os nomes dos campos de concentracao da II guerra mundial para onde foram enviados os Judeus de Praga. Notei a falta de um: Auschwitz, o mais famoso deles todos, e que se tornou um simbolo entre os simbolos por ter um portico de ferro com a inscricao “Arbeit mach frei”, ou seja, “o trabalho traz a liberdade”.
O cemiterio em si e em tudo diferente dos nossos. Nada de regular. Lapides recentes esta a escassos centimetros de outras com centenas de anos. Mas de facto o local respira historia, respeito, imponencia. E no entanto, nao passa de um jardim de pedras.

Depois do Cemiterio Judeu, resolvemos reatestar o deposito de combustivel. O Miguel, coitado, nem o pequeno-almoco tinha ainda tomado, e ja iamos a meio da tarde. Padroes holandeses, claro. Dado o sitio onde Praga fica, nesta altura do ano anoitece entre as 4 e as 5 da tarde. E por muito deslocados que estejam, os tugas estranham sempre a falta do solinho.
Local escolhido, um tasquimbo bem checo. Claro que depois escolher a comida foi o belo e o bonito. Eu e a Ana alinhamos pelo Schnitzel, vulgo bife de frango panado de origem alema e austriaca, que nos fazia crescer agua na boca desde que chegamos. Os outros foram para pratos mais normais. Mas a tourada foi escolher os acompanhamentos: o tipico da zona e uma especia de bolas, que tanto podem ser tipo pao como tipo pure de batata compacto. Eu e a Ana pedimos bolas “todos-os-cereais”. A segunda dentada ja tinha desistido das bolas porque sao de facto muito secas. Sao feitas para se por um monte de molho em si, o que nao vai muito ao encontro dos habitos e gostos portugueses. Ta visto, Ana e bolas checas, nao foram feitos um para o outro. Inversamente, o schnitzel foi um sucesso de bilheteira, e tinha o tamanho de uma prancha de surf. A meio, ja a Ana tinha encostado a box. O Miguel que tinha tido meio azar na quantidade do prato que tinha encomendado, lapidou o que sobrava. Eu, acabei o meu, e ja assim sai dali a rebolar. Estava de facto muito bom, o Schnitzel.
Regresso ao centro da cidade, ja a anoitecer, e ver mais umas quantas feiras de artesaos pelos caminho. A Ana finalmente comprou o seu gorro russo de pele, e a Tania comprou um gorro que parece saido da serra da estrela, mas com 2 trancinhas. Acho que as imagens dizem tudo. Objectivo seguinte: museu da tortura. Como se ter gramado com chuva em cima a tarde toda nao fosse suficiente. Esmaga dali, corta dali, espeta acoli, nao ha muito mais a esperar de um Museu da Tortura. Achei foi curioso o numero de instrumentos que se referem ao conceito de sogra: “sapatos de sogra”, “Lingua de sogra”, “cadeira da sogra” eram tudo objectos patentes na exposicao. Por alguma razao sera! Afinal, concentram-se ali centenas de anos de conhecimentos sadicos. Nao de sogras, gracas a deus...

Hora do lanche, e nos todos partidos, que isto de ser turista da cabo do corpinho. Entramos numa loja de crepes e gelados, e encomendamos uma misturangada de crepes com frutas frescas, chantilly, gelado, e todos os acompanhementos do costume. O servico era 5 estrelas: so nos faltou levarmos com o prato na cabeca. Sorriso? Deviam estar esgotados porque nao vimos sequer a cor dos dentes de nenhuma das empregadas. Pagar? Dirijam-se ao balcao, para ajudar a queimar as calorias que acabaram de meter ao buxo. Por um milagre, a conta bateu certinho com as moedas checas que tinhamos, despachando assim as ultimas coroas inuteis a quem mora no estrangeiro. Embora ainda nao fosse muito tarde, tavamos todos podres e rumamos ao Hotel Endivia. Sem muito sono, o pessoal divertiu-se a tirar fotos uns aos outros em plena accao de almofada. A preto e branco, com flash, sem flash, a cores, com foco manual, com foco automatico. Nada de jeito como seria de prever. Tambem nao tardava muito tavamos a dormir...antes da meia noite! E o principio do fim. Estamos de facto condenados.

4h da manha, alvorada. Tomar banho, fechar as malas, entregar as chaves ao Quasimodo que servia de porteiro da noite, e esperar pelo Taxi que tinhamos encomendado no dia anterior. Um quarto de hora depois, nada de taxi. La nos metemos nos a caminho do centro, onde interceptamos um velhote que nos levou ao aeroporto ainda mais barato do que o taxi reservado. Fixe!
No aeroporto, a fila de seguranca estava um caos. Viemos a descobrir mais tarde que tinham logo naquele dia colocado em pratica um novo regulamento de seguranca que limita os liquidos na bagagem de mao. La ficou o meu gel de banho e o meu desodorizante racing. Chegamos res-ves ao aviao, e ainda tivemos de esperar por mais uns atrasados. Claro que o voo atrasou mesmo, e como pequeno almoco, tivemos direito a bela sandocha de salpicao com pickles. Chegados a Schiphol, aterramos normalmente, coisa rara ultimamente, e rumamos em direccao a Laranja Electronica. Pelo caminho, ainda houve tempo para repor umas horas de sono em dia. Chegados saos e salvos da nossa aventura checa, toca de picar, que afinal este ja era um dia de trabalho!