quinta-feira, 12 de outubro de 2006

A Ana fez um ano de Holanda

Na terça feira passada, a Ana fez 1 ano de Holanda. Fomos  todos jantar fora para comemorar a efeméride. Ainda não tinhamos saído da Laranja Electrónica, e já o granel tinha começado: apetecia-lhe experimentar comida surinamesa, e tinham-lhe recomendado um restaurante ao pé da estação HollandSpoor, chamado LungFung. Fomos à procura na net, e demos com a página do dito LungFung. Só que não ficava perto da dita estação, mas sim do Grote Mart, o sitio da mega-esplanada, segundo o mapa do GPS. Confiando na tecnologia, lá fomos todos para o Grote Mart, e de facto, demos com o LungFung. À entrada do restaurante estava um neon que dizia “LUNGFUNG – CHINESE AND SURINAMESE FOOD”. Pronto, era ali, sem dúvida. Mas depressa uma dúvida se colocava: sendo o Suriname outro nome para a antiga Guiana Holandesa, um pais a norte do Brasil, o que é que isto tinha a ver com a China? Afinal, afinal, são apenas 2 continentes em lados opostos do globo. A fome apertava, e decidimos entrar sem demoras. Lá dentro, o staff era todo chinês, e falavam chinês entre elas. Sul-americano? Só se tivesse uma garrafa de guaraná no frigorifico.
A minha sorte proverbial continua a dar sinais, e toda a gente apanhou um menu em inglês excepto eu, que levei com a versão holandesa. Podia ter sido pior, e ter levado com a versão original… Em relação aos pratos, foram escolhidos meio ao acaso. Havia lá um mix de carnes que nos pareceu interessante. Encomendámos o arroz e a massa frita tipica dos chineses para acompanhar. Um rebelde pediu uma coisa mais estranha, que afinal não passava de outro nome mais exotico para os tais molhos de bróculos enfeitados de strogonoff de galinha, a boiar em baba de alien chinês. Mas o mix de carnes foi o jackpot! Uma das carnes era literalmente o belo do chouriço português, que evaporou num abrir e fechar de olhos. Curiosamente, o frango foi a última das carnes do mix a acabar. Geralmente o frango é o valor seguro.
Depois do jantar, voltámos ao Grote Mart, ao já tradicional bar ‘De Zwarte Ruider’, o tal Cavaleiro Negro. Como hoje não estava à pinha, arranjámos uma mesa redonda com facilidade. A Ana fez questão de pagar a primeira rodada, cerveja para todos, e coca-cola para mim e para a Silvia, os dissidentes não-alcoólicos de serviço. Claro que ninguém arredou pé enquanto cada um de nós não pagou uma rodada ao pessoal. A conversa animada, e bem regada, demorou 30 segundos a descambar para o sexo, e foi o tema forte da noite. Pensando bem, costuma ser sempre o tema forte de qualquer conversa de Portugueses. Conversa de gajos? Esqueçam lá isso…. que elas são piores que eles. Afinal, quem ficou mais vezes corado foram os rapazes. Mas pronto, juntem 8 portugueses e algumas cervejas que dá sempre nisto…
À meia-noite, transformá-mo-nos todos em abóboras, e lá nos arrastámos para casa, que no dia seguinte, era dia de picar o boi.