segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Regresso atribulado/mais uma vez

Por esta altura, já o caro leitor se encontra a bocejar: "este gajo arranja sempre uns filmes da treta quando regressa à Holanda". Pois, mas hoje só não se escreveu o epitáfio neste blog porque não calhou.
Como se não bastasse o facto de ter de apanhar um voo que sai de Lx às 7h45 da manhã, comer sandochas manhosas da TAP (a Transportadora Aérea dos Pobres, para quem não sabe)aquecidas a martelo, e acompanhar um café que mais faz lembrar chá de camomila, a aterragem em Schiphol foi agreste, muito agreste. Não tendo havido nem muitos ruídos estranhos, nem excepcional turbulência durante o voo, e muito menos mau tempo na chegada a Amsterdão, foi com enorme estranhar que muita gente começou a rezar pelas alminhas. Na aproximação à pista, o avião bate com toda a força, e sentimos os reactores a voltar a acelerar e a tornar a subir. Ouviram-se gritos em todas as notas da escala. A luso-Orangette que vinha ao meu lado, e que passou grande parte do vôo a dormir, ficou roxa, e italo-Orangette que tinha também vindo passar o fds a Lisboa cravou-me as unhas na perna, quase abrindo buracos. Essa tem a mania de andar a dizer "vuolo morrire"... mas quando foram elas, ficou caladinha e nem soltou um pio. Apenas mudou de cor, para um tom ligeiramente mais claro. Com o avião de novo acima das nuvens, o Comandante lá nos dirigiu a palavra; "por uma pequena falha tecnica, tivemos de abortar a aterragem, e voltaremos a aterrar dentro de 5 minutos". Claro que por esta altura, eu já ouvia rezar em 7 linguas diferentes. A segunda aterragem foi normalissima, mas toda a gente bateu palmas e respirou de alivio. Coisa rara, a sair da pista até à manga ninguém tugiu nem mugiu. Já estavamos parados na manga e metade do pessoal a tirar as coisas das bagageiras quando a voz off disse que tinhamos que permanecer sentados. Assim que se calou, levámos um abanão que andou tudo de lado. Toda a gente se sentou em 2 segundos. E finalmente, lá saimos do avião. Não sei porque razão, houve uma enchente da casa de banho em frente à porta de embarque. :-)
Depois, foi o lufa-lufa do costume: ir para a Orange, em que a novidade consistiu em ir num comboio internacional de Schiphol até Haia. Chegados, foi a vez de correr para a cantina, alarvar uma salada no tempo que muita gente não fuma um cigarro, e martelar o resto da tarde que nem um desalmado. Quem salvou o dia foi a AnaChucha, que tinha vindo tambem de Portugal carregada com um monton de Pasteis de Belem, que ofereceu ao pessoal às 16h. A biiiiiiiiiiiica, faltou a porra da bica, bolas! Mas que soube que nem ginjas, isso soube!