Começaram a chegar as visitas. Era fds comprido em Lx, e basicamente todos os portugas tinham cá amigos. Na Quinta-feira, o jantar foi num restaurante chinês perto do centro, chamado Shirasagi. Por fora tinha bom aspecto.... e por dentro também. Como seria de esperar o staff tinha os olhos em bico. O problema começou quando reparamos que os clientes também. Todos. Nós eramos os únicos ocidentais no meio de 100 pessoas. No centro da sala estavam mesas enormes, redondas, em que familias inteiras de chineses em 3 gerações deglutiam pratos enormes de comida. Eles podem ser baixinhos, mas fome não lhes falta. Depois de apanharmos uma mesa perto da janela, começamos a rezar para que o menu fosse pelo menos em caracteres perceptiveis. Holândes? Marcha... Porco Agridoce há de ser compreensível mesmo neste linguajar açoreano. Agora caracteres chineses, seria mais complicado. Calhou-nos uma ementa em holandês, mas com tradução em inglês. E pronto, estávamos a jogar em casa. Até tinham números. Mas os chineses de cá são mais refinados. Usam 4 dígitos para referenciar os pratos. Qual será o passo seguinte? Códigos de Barras directamente nos menus? Começou a dança da escolha; entre as curiosidades da praxe, estavam umas coisas que não costumamos ver pelas nossas bandas... Tripas de porco recheadas e fritas? E eu que julgava que isto só havia na Inbicta! Um porco inteiro??? Bom, será que também traz uma coleira a dizer 'Tareco'?
Com estas divagações, ficou-se pelo seguro. Galinha... 2 pratos diferentes de almondegas de galinha. Lá ficamos à espera...eternidades. Quando chegaram os pratos, julgavamos que havia algo de errado. Um dos pratos vinha servido numa tigela de Chau-min cru, com a tralha lá dentro. E o prato de almondegas....era um molho de bróculos. "Chicken meatballs" não passam afinal de um strogonoff de galinha mal-passada.
Sobremesa? Pudim de manga! Em formato de peixe! Oba-oba! Qd chegou, à primeira colherada ficamos com a sensação de que o pudim de manga em formato de peixe, era afinal pudim de truta. Manga chinesa deve ser muuuuuuito diferente da nossa.
Erro três. Pedir café. Voltando a falar português, baixei a guarda e foram encomendados "cafés". Erro crasso. Tudo o santo portuga tem de saber que quando se está em roaming, temos de trocar a palavra CAFÉ por EXPRESSO. Senão sai....chá de café em balde. E assim foi, balde de café à americana, com direito a pacotinho de natas como nos aviões.
Na Sexta-feira, o evento social foi a ida à Casa das Panquecas,junto à praia, em que o menu era de facto....panquecas. Neste jantar havia Portugueses e Italianos. Cada um pediu uma panqueca, na realidade um crêpe, e no fundo saiu uma pizza em massa fina e mole. Uma das portuguesas pediu um crêpe que me fez lembrar um bitoque, porque trazia um ovo a cavalo. Panquecas para a sobremesa? Não podia ser, porque os mestres cucas já tavam a arrumar a tralha... Portuga de facto aqui sofre com os horários. Lá nos ficamos nós pelos gelados. Houve granel com os pedidos portanto ainda conseguimos ficar com um gelado à pala.
De seguida lá fomos nós para o centro da cidade. Primeira paragem: Grote Markt. Embora tivesse a chover de 5 em 5 minutos, a mega-esplanada do centro da cidade tava montada. Pior: tinha gente. Enfiámo-nos para dentro do Cavaleiro Negro, um dos bares que por aqui há. E ainda conseguimos arranjar uma mesa no primeiro andar. No meio da palhaçada ainda tivemos a oportunidade de ver a Ana a fumar em estéreo, e de ver o que os holandeses chamam de vodka-redbull. Uma lata de RedBull, e um shot de vodka ao lado. Curioso... Depois de umas cervejas, fomos para uma disco ali pertinho, onde em 100 metros apanhámos uma molha descomunal. O coitado do Manel trouxe a bicicleta, mais valia ter trazido o JetSki. Lá dentro, um pavilhão com música a abrir, ambiente tipo industrial; o espaço parecia fixe, mas faltava ali qualquer coisa. Por lá a passear, os filmezinhos do costume. As torres, as velhas de 50 de mini saia, os seguranças-portão-de-quinta. Curiosamente, a Brigada-Boiola não marcou presença neste evento. Embora estive longe de estar ao rubro, havia 2 bailarinos negros que lhe davam forte e feio no breakbeat, e houve percussão ao vivo. Pena de facto não estar mais gente, ou o ambiente não ter aquecido mais.
No regresso a casa, lá fomos pela avenida-sem-carros, onde em 100 metros de largura de passeio deserto, quase iamos sendo atropelados por uma brigada de bicicletas apressadas.